Você é fã do Flash (o da Adobe, não o da DC Comics)? Não consegue imaginar seu site ou banner sem algo “piscando e pulando” para chamar a atenção do cliente? Pois saiba que a internet está declarando uma verdadeira guerra às animações feitas com esse sistema! Os motivos? Insegurança para o usuário, grande exigência de memória RAM dos aparelhos e consumo excessivo da bateria dos dispositivos móveis.
História e trajetória do Flash
Surgindo na década de 1990, o Flash era um software da extinta Macromedia voltado para a criação de animações vetoriais. Os arquivos gerados em formato .swf (Shockwave Flash File) reuniam gráficos, vídeos, sons e scripts, executados nos navegadores através de um plug-in original de fábrica ou instalado pelo usuário. Browsers sem esse acessório não rodavam as animações, o que costumava “matar” muitos sites.
No início dos anos 2000 o Flash virou uma verdadeira febre na Internet. Presença obrigatória nos sites mais descolados, muitas vezes o recurso exigia uma banda de navegação que poucos mortais dispunham para acessar a rede. Às vezes, o próprio cliente exigia o recurso em seu site, mesmo sem entender direito do que se tratava (e quais as implicações). A página que não tivesse ao menos um banner piscando ou um filminho de abertura (com musiquinha e bolinha pulando) era considerada, no mínimo, “pobre e sem graça”!
Em 2005, a Adobe Systems se uniu comprou a Macromedia e passou a chamar o aplicativo de Adobe Flash. Seguiu-se um período de maior profissionalização da aplicação, com recursos ampliados e usados de forma mais comedida pelos desenvolvedores, designers e “flasheiros” nos sites. Até mesmo a indexação do conteúdo dessas páginas pelos buscadores (Google, Yahoo, Bing, etc.) tornou-se possível, embora de forma parcial e pouco eficiente.
O lado negro e a decadência do Flash
Com o tempo, começaram a surgir falhas graves de segurança que deixavam os navegadores expostos a invasões e roubos de dados dos usuários. E mal a fabricante corrigia um bug, logo surgia um outro mais sério. Por esse motivo (e também pelo fato de o recurso tornar seus dispositivos mais lentos, instáveis e com alto consumo de bateria) a Apple sempre torceu o nariz para as simpáticas, porém perigosas animações SWF. Seus computadores, tabletes e celulares com sistema iOS simplesmente ignoram conteúdos flash.
Agora, outros fabricantes de navegadores se juntam ao time dos que rejeitam as animações da Adobe: O Google (Chrome) anunciou que seu browser passará a analisar os conteúdos em flash dos sites e bloquear aqueles que parecerem desnecessários ou “não prioritários”, como bolinhas que pulam banners de publicidade. Já a Mozilla (Firefox), que chegou a bloquear o plug-in durante um tempo, afirma que irá “encorajar a adoção de tecnologias mais seguras e estáveis”. Alguns profissionais da área acreditam que esse é o primeiro passo para expulsar de vez o recurso da Internet.
Muitos sites e anúncios já estão passando por reformulação para não dependerem mais do plug-in. Como alternativas, desenvolvedores apostam no moderno recurso HTML5 Canvas e na volta do quase “jurássico” gif animado! Até o famoso player de vídeo do Youtube foi reformulado para se livrar da aplicação da Adobe. A curto prazo, o futuro do Flash provavelmente não será a extinção total, mas ele deverá ficar cada vez mais restrito a plicações interativas, como jogos e sistemas voltados para plataformas específicas.